sexta-feira, 4 de novembro de 2011

REVOLUÇÕES TEÓRICAS NA EDUCAÇÃO: IMPACTOS E DESAFIOS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
FACULDADE DE PEDAGOGIA I - PARFOR

MARIA IRACY TRINDADE DA CRUZ





REVOLUÇÕES TEÓRICAS NA EDUCAÇÃO: IMPACTOS E DESAFIOS








Castanhal – Pará
2011

MARIA IRACY TRINDADE DA CRUZ








REVOLUÇÕES TEÓRICAS NA EDUCAÇÃO: IMPACTOS E DESAFIOS



Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia à disciplina Psicogênese da Linguagem oral e escrita, como requisito avaliativo, sob a orientação do professor Luis Carlos Carvalho Dias.




Castanhal – Pará
2011
REVOLUÇÕES TEÓRICAS NA EDUCAÇÃO: IMPACTOS E DESAFIOS
O processo educacional vem ao longo dos anos passando por várias transformações ocasionadas por descobertas que levam a questionar e repensar as práxis pedagógicas. Nas últimas décadas há uma grande preocupação quanto à questão da alfabetização. Diante desse fato, teóricos educacionais como Emília Ferreiro e Piagetentre outros realizam pesquisas, cujo objetivo é compreender como se dar as práticas de alfabetização e o desenvolvimento humano na escola. Assim, o contexto educacional de vez em quando é sacudido por teorias educacionais que poderá ou não transformar a práxis pedagógica. Essas descobertas científicas ocasionadas por educadores que se preocupam com a situação da educação brasileira são necessárias para o aparecimento de possíveis soluções a fim de sanar as deficiências que assolam a educação. Emília Ferreiro em uma de suas pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita provocou revoluções nocampo científico, político e educacional.
No campo científico Emília Ferreira apontou possíveis mudanças nos conceitos metodológicos para a alfabetização, mas enfrentou impactos com suas descobertas, pois sua teoria foi mal interpretada, o que segundo a autora e Ana Taberosk o qual participou de suas investigações e descobertas, não se tratava de um nove “método de alfabetização”, mas uma reflexão sobre as práticas de alfabetização que eram sustentadas na escola.
Do ponto de vista político, Emília Ferreiro mostrou que as diferenças no desenvolvimento entre crianças de classe média e pobre, não estava de tudo relacionada por fatores intelectuais, lingüísticos e culturais. Esclareceu ainda, que o papel da escola era oportunizar “ambiente alfabetizador” para a eficácia do ensino e aprendizagem.
“é importante frisar que não o ambiente que alfabetiza, que não o fato de pendurar coisas escritas nas paredes que produz por si só um efeito alfabetizador designade maneira condensada, um ambiente que propicia inúmeras interações com a língua escrita, interações mediadas por pessoas capazes de ler e escrever”.(REVISTA VIVER MENTE E CÉREBRO, pg. 12, 2005)
Segundo Telma Weisz, não é somente o ambiente letrado por si só que irá favorecer a aprendizagem, mas a interferência do professor nesse ambiente é fundamental. A criança precisa de um direcionamento, não se deve deixá-la sozinha, a mediação pelo professor ou por um adulto é fundamental.
No campo educacional Emília Ferreiro desmontou (ou deveria desmontar) paradigmas sobre o fracasso escolar, deslocou (ou deveria deslocar) o foco de investigação do “ensino” para “aprendizagem”. Começou a refletir sobre as perguntas que estavam enraizadas no contexto educacional, década de 70, a preocupação nessa época era “como se ensina”, porém, após os trabalhos desenvolvidos por Emília Ferreira e seus colaboradores, principalmente com a publicação da teoria da Psicogênese da Língua Escrita, começa-se a pensar numa práxis diferenciada, onde o foco não seria mais o professor, mas o aluno e suas diversidades políticas, culturais e sociais. Dessa forma, muda-se a pergunta para “como se aprende”, colocando assima escrita no seu lugar-como objeto cultural de conhecimento. Tirando o monopólio da alfabetização e colocando no centro do ensino-aprendizagem um sujeito ativo que constrói e reconstróiressignificando sua aprendizagem, o que Piaget denomina de “equilibração majorante”.
Para Emília Ferreiro a criança vive imersa em culturas e ao chegar à escola, trás conhecimentos assimilados em convívio com a sociedade com a qual vive. Segundo a autora cabe descrever “como se vai construindo progressivamente a correspondência escrita termo a termo” (FERREIRO 1992).
“a consideração da língua escrita como objeto cultural vivo e necessariamente contextualizado torna evidente a necessidade de romper com as fronteiras entre escola e o mundo. Isso porque a aprendizagem da escrita não se pode dar em outro contexto se não o da produção de textos em efetivas situações do uso da língua” (REVISTA VIVER MENTE E CÉREBRO, 2005 pg. 18).
Assim, Emília Ferreiro preocupou-se com a forma que a criança vai construindo e reconstruindo seus conhecimentos levando em consideração sua vivência fora da escola, a aprendizagem segundo a autora inicia-se a priori no contexto social da criança, cabendo a escola trabalhar a partir desses conhecimentos adquiridos pela criança.
Percebe-se que a Psicogênese da Emília Ferreiro revolucionou a concepção de como as crianças aprendem à escrita, entretanto a transposição do foco educativo se deu de forma equivocada, professores começaram a deixar as crianças completamente à vontade, como se elas sozinha fossem capaz de ler e escrever sem a interferência do professor, e essa não foi idéia da autora, mas um ensino a partir dos conhecimentos prévios dos alunos. No entanto, nós educadores devemos entender que Emília Ferreiro não propôs um método novo de ensinar, mas mostrou caminhos para solucionarmos os paradigmas do fracasso escolar na alfabetização. Acredito que essas teorias são grandes contribuiçõespara o ensino-aprendizagem, pois coloca o aluno no centro do processo educativo, capaz de criar, compreender e recriar como ser autônomo, no entanto esse é um grande desafio, abandonar práticas conservadoras e nos lançarmos no mundo das diversidades e especificidades de cada aluno.















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_WEIS, Telma, A REVOLUÇÃO DE EMÍLIA FERREIRA, (pg. 06 a 14) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_COLELLO, Silva M. Gasparin, LUIZE, Andréia, AVENTURA LINGUISTICA, (pg. 15 a 23)) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_CALIL, Eduardo; FELIPETO, Cristina, ENLAÇES ENTRE O ORAL EO ESCRITO, (pg.24 a 31) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_PILLAR, Analice Dutra, VER, CRIAR, COMPREENDER, (pg. 32 a 41) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_BORGES, Sônia, ALFABETIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E DIFERÊNÇA, (pg. 42 a 51) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_BAJA, Élie, A AUTONOMIA DA ESCRITA, (pg. 52 a 61) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_ BELINTANE, Claudemir, A GUERRA DOS MÉTODOS, (pg.62 a 67) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_ ABAURRE, Maria Bernadete Marques, AS HIPOTESES DO APRENDIZ, (pg. 69 a 75)) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.
_ SOLIGO, Débora Vaz, O DESAFIO DA PRÉTICA, (pg. 76 a 84) ) in: Revista Viver mente e Cérebro. Coleção Memória da Pedagogia: Emília Ferreiro- A construção do Conhecimento. Rio de janeiro: Ediouro: São Paulo: Segmento Duetto.

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